domingo, 19 de abril de 2015

Desbridamento

Queridos, é com grande felicidade e seriedade que inicio meu Blog, venho compartilhar minhas experiências e questionamentos com todos que estejam dispostos a se aprofundar e se inteirar pela nossa amada enfermagem. Bem, sem mais delongas, inicio...3,2,1!!!!
O desbridamento de feridas consiste na remoção do tecido não viável, detritos celulares, exsudado e todos os resíduos estranhos, de forma a minimizar a infecção da ferida e promover a sua cicatrização. Este procedimento é executado regularmente em meio hospitalar, ambulatório ou em home care, mas casos de gravidade moderada a elevada são enviados para o hospital, para uma maior vigilância e acompanhamento.
A presença de tecido necrótico, detritos celulares, exsudado e outros resíduos podem atrasar o processo de cicatrização da ferida, uma vez que promovem a proliferação bacteriana e causam inflamação crônica do tecido recém-formado. São utilizadas uma ou várias técnicas de desbridamento na limpeza da ferida e remoção de resíduos a fim de impulsionar a cicatrização.
O desbridamento da ferida é um procedimento de moderado a altamente invasivo, muitas vezes doloroso, sendo necessário recorrer a analgesia eficaz, embora nem todos os casos necessitem. O desbridamento da ferida deve ser executado por médicos e enfermeiros. O familiar de referência e/ ou prestador de cuidados pode estar presente durante a execução deste procedimento, a menos que a sua presença interfira com a prestação de cuidados adequados ou a pedido do paciente. 

O que é essencial conhecer do desbridamento, antes do procedimento? Avaliar o que o paciente/ prestador de cuidados/ familiar de referência sabe sobre o desbridamento. Fornecer informações sobre o desbridamento da ferida e abordar as questões/ problemas; O paciente pode sentir dor significativa durante e após o procedimento, bem como ansiedade antecipatória relacionada com experiencia prévia de desbridamento doloroso; Se o paciente comunica verbalmente, questioná-lo acerca da dor (5º Sinal Vital) vivida durante o procedimento.

A dor deve ser avaliada através da escala numérica referenciada. A analgesia ou anestesia deve ser aplicada para controlo da dor; Se o paciente referir ansiedade em relação ao procedimento, ensinar exercícios de respiração profunda abdominal e outras técnicas de redução do stress, conforme necessário; Se o paciente se apresentar não comunicativo, não devemos assumir à partida que este não vai sentir dor. Se existe forte potencial para dor, administrar analgésico prescrito de forma adequada antes do procedimento.


Monitorizar a linguagem corporal (comunicação não-verbal) e caso necessário os sinais vitais durante o procedimento para despiste de dor; Registar no processo do paciente todas as informações anteriormente referenciadas. Explicar o procedimento ao paciente/ prestador de cuidados/ familiar de referência; Obter o seu consentimento informado; Em termos de material necessário, este varia consoante o tipo de desbridamento que se irá executar, mas de uma forma geral utiliza-se: Luvas estéreis; Analgésico prescrito; Apósitos para o desbridamento; Instrumentos para o desbridamento cortante; Material pertinente ao curativo.


Realizar lavagem das mãos e calçar luvas, para assim reduzir o risco de infecção da ferida. No desbridamento cortante é utilizada a técnica asséptica cirúrgica, sendo nos restantes utilizada a técnica asséptica médica (técnica limpa).



TÉCNICAS DE DESBRIDAMENTO: Desbridamento Autolítico 
O desbridamento autolítico é um processo natural que pode ser promovido através do uso de produtos que têm por base o princípio da terapia em ambiente úmido, sendo que surge da conjunção de três fatores: hidratação do leito da ferida, fibrinólise e a ação de enzimas endógenas sobre os tecidos desvitalizados. Este tipo de desbridamento é seletivo, atraumático, não requer habilidades técnicas muito específicas e geralmente é bem tolerado pelos pacientes.

Contudo é o método de desbridamento mais lento, não devendo assim ser utilizado quando se necessita de um desbridamento urgente. Todo o tipo de material específico que promova o ambiente úmido é um excelente veículo de promoção de desbridamento autolítico, salientando-se os hidrogéis, hidrocolóides, espumas, filmes transparentes ou alginatos de cálcio. Estes criam um ambiente úmido na interface da ferida, que estimula a atividade das enzimas proteolíticas endógenas dentro da ferida, liquefazendo e separando o tecido necrótico do tecido saudável.

Desbridamento Enzimático 
Este método de desbridamento passa fundamentalmente pela aplicação tópica de enzimas proteolíticas ou exógenas no leito da ferida, como a Colagenase, Fibrinolisina ou Papaína-Ureia. Os agentes Enzimáticos podem ser usados como método principal de desbridamento, especialmente quando não é possível o desbridamento cortante, bem como em combinação com outros métodos de desbridamento (desbridamento cortante conservador e desbridamento autolítico). 
Desbridamento Cortante 
O desbridamento cortante, surge como uma opção eficaz, rápida com boa relação custo-eficácia. É considerada como prática de referência para o desbridamento de feridas ("gold standard"), pela maioria dos peritos na área, no entanto há falta de evidência (nomeadamente dados de estudos experimentais) que comprovem a sua vantagem sobre os outros métodos. Quem efetua o desbridamento cortante deve possuir competências para lidar com eventuais complicações, e conhecimento da anatomia da região, principalmente no que respeita à proximidade de estruturas vasculares, nervosas ou tendinosas.
Técnicas para desbridamento cortante conservador Cover: Utiliza-se uma lâmina de bisturi para descolamento dos bordos do tecido necrótico. Após o descolamento completo dos bordos e melhor visão do comprometimento tecidular, inicia-se a retirada da área comprometida separando-a do tecido integro, até que toda a necrose saia em forma de uma tampa.  Slice: Com uma lâmina de bisturi remove-se em "fatias" a necrose que se apresenta na ferida de forma desordenada.






O Desbridamento Cortante Conservador Parcial: Consiste em cortes paralelos e perpendiculares com o bisturi (técnica "square"). Têm por objetivo potenciar a ação do desbridamento enzimático e autolítico. Com uma lâmina de bisturi faz-se pequenos quadrados no tecido necrótico. Usada para facilitar a penetração de substâncias desbridantes. 





Espero que tenham gostado do post!!!!!!! Um grande abraço a todos!!!! Não esqueçam de curtir e compartilhar!

4 comentários:

  1. Vanessa, querida, que feliz com
    seu crescimento! Vamos compartilhar mais sobre a enfermagem!!! Beijo, Pri.

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    1. Olá, qta saudade!! Vamos sim...criei este canal para troca de informações e experiências!!! Um grande beijo!!♡

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  2. Oi Vanessa! Muito legal esse blog!!
    Saudades de ti...
    Sucesso!
    grande bj

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  3. Mary, obrigada! Espero que este canal seja de grande valia para muitos profissionais da saúde, em especial aos da enfermagem! Sua sinceridade faz falta! Bjos!!! Sdd

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