segunda-feira, 27 de abril de 2015

Padrões de Terapia Medicamentosa

Olá pessoal, este post não viria agora mas, como recebi muitos pedidos decidi me dedicar a ele, assim como a farmacocinética e farmacodinâmica como base para ação da terapia medicamentosa. Let's go!

Bem, os padrões de terapia medicamentosa são as ações que garantem a prática segura dos cuidados de enfermagem, evitando erros na administração de medicamentos.

Os erros nesta administração podem estar relacionados com uma falha na adesão das seis certezas da administração medicamentosa.


EVIDÊNCIAS DE IATROGENIAS:

  • Drogas trocadas
  • Superdosagem
  • Horários e vias erradas
  • Cálculos errôneos
  • Drogas incompatíveis
  • Dentre outros
COMPLICAÇÕES
  • Hipotensão
  • Sobrecarga cardíaca
  • Parada cardiorrespiratória
  • Intoxicações 
  • Morte
Segue abaixo os 6 certos do processo:
  1. Administrar o Medicamento certo
  2. Administrar o medicamento ao Paciente certo
  3. Administrar a Dose certa
  4. Administrar na Via certa
  5. Administrar o medicamento com a Técnica certa
Alertas!!!
  • Verificar se o paciente é alérgico ao medicamento prescrito;
  • Se ele tomou alguma dose de medicamento além da prescrita;
  • Evitar interações medicamentosas;
  • Informar e esclarecer cliente e responsável sobre o procedimento;
  • Registrar corretamente todos os medicamentos administrados.

Farmacocinética

Para que um fármaco tenha ação terapêutica, ele deve entrar no organismo, ser absorvido e distribuído para células, tecidos ou órgão específico, devendo alterar as funções fisiológicas. Isso se chama farmacocinética, acho que ficou bem claro, né?! rsrs

O enfermeiro utiliza a farmacocinética quando controla o tempo da administração do medicamento, seleciona a via de administração e julga o risco do paciente para alterações da ação da terapia medicamentosa.

Suas etapas são:
  • Absorção
  • Distribuição;
  • Biotransformação;
  • Excreção
A absorção refere-se a passagem das moléculas do medicamento do seu local de administração para a corrente sanguínea. Os fatores que interferem na absorção do medicamento são:

  • Vias de administração: Os medicamentos podem ser administrados por diversas vias, sendo que cada um possui diferente velocidade de absorção. Quando aplicado na pele, o medicamento é absorvido lentamente pela estrutura física da pele, já nas membranas das mucosas e nas vias aéreas são rapidamente absorvidos pois, são bem vascularizados. Por via oral, os medicamentos passam pelo trato gastrintestinal para serem absorvidos, então a taxa global é diminuída. Agora, os medicamentos administrados por via endovenosa são absorvidos instantaneamente, porque essa via fornece acesso direto à circulação sanguínea sistêmica. 
  • Capacidade do fármaco se dissolver: Neste caso dependerá da sua forma farmacêutica. As soluções e as suspensões são absorvidas mais rapidamente do que os comprimidos ou cápsulas.
  • Fluxo sanguíneo no local da administração: Áreas com maior suprimento sanguíneo terão maior absorção, facilitando a passagem do fármaco para o sangue.
  • Área de superfície corporal: Quando um fármaco esta em contato com uma grande área de superfície corporal, ele é absorvido mais rápido. Isso explica porque a maioria dos medicamentos é absorvida no intestino delgado, em vez de no estômago;
  • Lipossolubilidade de um fármaco: Os fármacos lipossolúveis são facilmente absorvidos. Eles cruzam mais facilmente a membrana celular, que é feita de uma camada lipídica
Efeito de primeira passagem

É a metabolização do fármaco pelo fígado e pela microbiota intestinal, antes que o fármaco chegue à circulação sistêmica. As vias de administração que estão sujeitas a esse efeito são: via oral e ratal (em proporções bem reduzidas).

Outro fator que pode alterar na absorção do medicamento é a presença ou não de alimentos no estômago. Atentar para interação com alimentos e interação medicamentosa.

A distribuição ocorre depois da absorção do fármaco, que é distribuído dentro do organismo para os tecidos e órgãos e, finalmente, para o local específico de ação. Ela engloba a:
  • Circulação: Uma vez que o fármaco entra na corrente sanguínea, ele é transportado através dos tecidos e órgãos o tempo necessário para que o medicamento atinja o local de ação depende da vascularidade dos tecidos e órgãos;
  • Permeabilidade da membrana: Para que um fármaco seja distribuído, ele deve passar por tecidos e pelas membranas biológicas. Algumas membranas podem servir como barreira para passagem de medicamentos. Por exemplo a barreira hematoencefálica e a membrana placentária.
  • Ligação de proteínas: O grau de ligação do fármaco às proteínas séricas, como a albumina, afeta a distribuição do medicamento. Quando os fármacos se ligam às albuminas não podem exercer sua atividade farmacológica. A forma não ligada é a forma ativa do fármaco. 
Depois que o fármaco atinge o seu local de ação, ele é metabolizado em uma forma menos ativa ou inativa, que é mais fácil de ser excretada. A biotransformação ocorre sob influência de enzimas que degradam e removem os agentes químicos biologicamente ativos. A maior parte da biotransformação ocorre no fígado, apesar dos pulmões, rins, sangue e intestino também metabolizarem fármacos.
Nesta fase a droga é transformada em um composto mais hidrossolúvel para a posterior excreção. Ela se dá em duas fases:
  • Fase 1: etapas de oxidação, redução e hidrólise e
  • Fase 2: conjugação com o ácido glicurônico
A fase 1 não é um processo obrigatório, variando de droga para droga e diferente da fase 2, obrigatória a todas as drogas. O fígado é o órgão que prepara a droga para a excreção.

Depois de metabolizados, os fármacos são excretados do organismo pelos rins, fígado, intestino, pulmões e glândulas exócrinas. a composição química de um medicamento determina o seu órgão excretor.

Queridos, o próximo post será sobre farmacodinâmica...já, já ficará prontinho procês...hihihi!!! Até o próximo post...Abs...

sábado, 25 de abril de 2015

RCP e DEA da American Heart Association (teste de BLS do ACLS)

Ressuscitação Cardio Pulmonar e uso do Desfibrilador Externo Automático



Sondagem Nasogástrica (Video Aula 2)



Pessoal, este vídeo mostra apenas a introdução da sonda nasogástrica e um dos tipos de fixação. Vale lembrar que muitas das vezes os pacientes não são cooperativos.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Prevenção de Infecção do Trato Urinário


Olá amigos! Neste tema abordaremos as funções deste sistema, a descrição do problema mais frequente em todo mundo, suas classificações, agentes infecciosos...entre outros. 

Funções do Sistema Urinário:

  • Rins: Forma a urina e mantém a homeostasia;
  • Ureteres: Ductos que permitem a passagem da urina dos rins pra bexiga;
  • Bexiga: Tem a função de armazenar a urina. A capacidade da bexiga varia de 500 a 600 ml no adulto normal.
  • Uretra: Ducto que conduz a urina a partir da bexiga para fora do organismo.
No Brasil, um total de 80% das consultas clínicas são devido a infecção do trato urinário. E são responsáveis por 35% a 45% de todas as infecções adquiridas no hospital.
A ITU está dentro das infecções bacterianas mais frequentes e estima-se que existam 150 milhões de casos anuais em todo mundo.

Infecção do Trato Urinário

A infecção urinária é a invasão por microrganismos que desencadeiam resposta inflamatória. Surgem em grande maioria por penetração do agente infeccioso através da uretra, invadindo os ureteres, bexiga ou rins. É uma das infecções bacterianas mais incidentes no adulto. Estas infecções são caracterizadas em diferentes fases, desde uma uretrite até uma pielonefrite.

As infecções urinárias dividem-se em alta e baixa de acordo com sua localização, podem ser agudas ou crônicas e complicadas ou não complicadas.

  • Alta: Quando ocorre nos rins e ureteres.
  • Baixa: Quando ocorre na bexiga e uretra.
  • Aguda: Apresenta sinais e sintomas logo após a exposição da causa da doença e evolução rápida com melhora ou piora breve.
  • Crônica: Apresenta sinais e sintomas em períodos diferentes e prolongados, com evolução gradual e recuperação parcial.
  • Não complicadas: Quando ocorre em pacientes com  estrutura e função do trato urinário normal, adquirida fora do hospital.
  • Complicadas: Quando há causa obstrutiva (hipertrofia benigna da próstata, tumores, urolitíase, corpos estranhos, etc); Anatomofuncionais (refluxo vesico-uretral, cistos renais, divertículos vesicais, etc); Metabólicas ( insuficiência renal, Diabetes Melittus, transplante renal); uso de cateter vesical de demora ou qualquer tipo de instrumentação, etc.
Cistite é a infecção da bexiga (trato urinário baixo) com os seguintes sintomas: 
  • Disúria = dificuldade de urinar
  • Polaciúria = vários episódios de diurese em pequena quantidade
  • Dor supra-púbica ( eventualmente )
  • Urgência miccional
  • Ardor ao urinar
Podendo haver: 

  • Hematúria = presença de sangue na urina
  • Piúria/Leucociúria = Presença de pus na urina
  • A cistite é uma infecção urinária geralmente não complicada.
Listei estes sintomas para que vocês fiquem atentos, em principal os técnicos que trabalham em home care!!! ATENÇÃO!!! OBSERVE SEU PACIENTE E RELATE TUDO (ODOR, PRESENÇA DE GRUMOS NO CIRCUITO DA CVD, FEBRE...!!!)

Pielonefrite é a infecção do parênquima renal e do sistema pielocalicial (trato urinário alto) com os seguintes sintomas:

  • Importante bacteriúria (presença de bactérias na urina)
  • Febre + dor lombar + calafrios
  • A pielonefrite é uma infecção urinária geralmente complicada. 
Agentes infecciosos:

As ITUs ocorrem quando há colonização por agentes infecciosos, com invasão tecidual do sistema urinário. a grande maioria das colonizações são causadas por bactérias, mas também podem ser provocadas por vírus, fungos e outros microrganismos.

BACTÉRIA


VÍRUS


FUNGOS


ESCHERICHIA COLI


Fatores de Risco
  • Sexo feminino
  • expansão do útero na gravidez
  • Diabetes Melittus
  • Anormalidades estruturais e funcionais do trato urinário (como estenose)
  • Obstrução do fluxo urinário
  • Esvaziamento incompleto da bexiga
  • Hipertrofia prostática
  • Aumento da atividade sexual
  • Higienização inadequada
  • Manipulação invasiva do trato urinário (como cateterismo e cistoscopia)
  • Idade
Diagnóstico laboratorial:

  • Exame de urina
Urinocultura acima de 105 unidades formadoras de colônias por mL de urina (100.000 ufc/mL) é caracterizada infecção urinária, abaixo disso é caracterizada como colonização.

A hemocultura é indicada se houver suspeita de infecção sistêmica (sepse).

Tratamento
  • Antibióticos para erradicar o microrganismo, tais como, cefuroxima e nitrofurantoína;
  • Líquidos para aumentar a diluição da diurese;
  • Higiene apropriada;
  • Esvaziar a bexiga com frequência.
Prevenção de Infecção Associada ao CVD

  • Educação dos profissionais sobre as técnicas adequadas de inserção e cuidados com o cateter;
  • Cateterizar somente quando indispensável;
  • Enfatizar a lavagem das mãos;
  • Fixar adequadamente o cateter;
  • Manter o sistema fechado e estéril (bolsa identificada, limite de 2/3 da capacidade, suspensa e sem tocar no chão);
  • Manter o fluxo urinário desobstruído;
  • Usar cateter com o menor lúmen possível;
  • Evitar irrigação, exceto se necessário;
  • Seleção do tipo de CVD.  




Sondas Foley







Um abraço a todos!!! <3 <3




Vídeo de técnica de desbridamento Intra Necrótica


quarta-feira, 22 de abril de 2015

Insulinoterapia

Oi gente!!! Vou falar um pouquinho sobre o Diabete Melittus...apenas uma introdução...mas, a postagem se direciona a tabela que fiz sobre tipos de insulina, inicio de ação, pico, duração, cor, e via de administração. Decidi montar esta tabelinha porque durante meu trabalho em assistência, durante as intercorrências, meus técnicos sempre ficavam na dúvida e os familiares também. Aí você pode me perguntar: - Mas, que tipo de dúvida? As descrevo agora : - Enfermeira, administrei a insulina prescrita ( seja de uso regular ou SOS) e a taxa glicêmica (glicose...como dizemos habitualmente) continua alta, eu administro novamente?...enfim, alguns podem achar inadmissível e até tratar o técnico com desdem, entre outros. 

Quero dizer primeiramente que, você enfermeiro, técnico ou auxiliar é passível de erros e dúvidas, e ter um conhecimento a mais que o outro profissional não te faz melhor que ele.  A enfermagem deve aprender a trabalhar em equipe, meus técnicos são meus amigos, sem eles nada funciona. E é claro que muitas vezes nós mesmos, enfermeiros, podemos esquecer...então a tabelinha vai servir para isso, consulta. Podem imprimir e levar no bolso do jaleco, na caderneta de anotação, onde acharem melhor. Esta será a primeira das tabelas, planejo montar outras, sobre hemograma, referência do exame de urina, bioquímico...e por aí vai.

O Diabete Melittus (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou incapacidade da insulina exercer adequadamente seus efeitos. Ele se caracteriza por hiperglicemia crônica com distúrbios do metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. As consequências do DM, em longo prazo, incluem danos, disfunção e falência de vários órgãos, e especialmente rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos.

O manejo adequado do controle glicêmico, na maioria das pessoas com DM, requer intervenções farmacológicas com agentes antidiabéticos orais, injeções de insulina ou ambos. Para a aplicação de insulina, são imprescindíveis métodos como escolha de instrumental  adequado, domínio da técnica e rodízio dos sítios de aplicação na pele, entre outros. O sucesso terapêutico depende não só do tipo e da dose de insulina usada, mas também da administração.

A insulina é um hormônio utilizado para realizar o tratamento do DM e, por ser uma proteína e para não ser degradada no trato gastrintestinal, é administrada por injeções. A insulina é classificada pela sua velocidade de ação, incluindo ação rápida, ação curta, ação intermediária e de longa ação.

Material Necessário: Seringa e Agulha, algodão, álcool 70% e medicamento (insulina conforme a prescrição médica)

Procedimento:

- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Retirar o frasco de insulina da geladeira 10 a 20 minutos antes da aplicação;
- Rolar o frasco entre as mãos sem agitar com no mínimo 20 movimentos (os francos não devem ser sacudidos, já que o sacudir forma bolhas, que ocupam espaço e alteram a dose);
- Realizar a assepsia do frasco com algodão embebido em álcool 70%;
- Aspirar a quantidade de ar na seringa;
- Injetar o ar dentro do frasco para melhor retirada da insulina (na mesma quantidade a ser administrada); 
- Virar o frasco e a seringa para baixo, aspirando a quantidade de unidades conforme a prescrição médica; 
- Retirar o ar que esteja presente na seringa; 
- Selecionar a área de aplicação, tendo os cuidados mencionados anteriormente no rodízio de áreas para aplicação;
- Fazer assepsia da área com algodão;
- Fazer prega na pele e introduzir a seringa em ângulo de 90º e após soltar a prega;
- Administrar a quantidade de insulina que consta na seringa; 
- Retirar a seringa e após fazer uma leve compressão com algodão e álcool 70%;
- Organizar o material utilizado;
- Lavar as mãos e registrar no prontuário.


Deve-se datar os frascos de insulina ao abrí-los, a partir da data de abertura do frasco, que possui validade de 30 dias. Os frascos devem ser guardados em geladeira, em cima da caixa de verduras, preferencialmente, não sendo armazenados próximo ao congelador ou na porta da geladeira.


TIPO
INICIO
PICO
DURAÇÃO
COR
VIA DE ADMINISTRAÇÃO
Ação Rápida (lispro, Aspart)

15 min

1 hora

2 a 4 horas

Clara

Subcutânea
Ação curta (regular)
30 min
2 a 4 horas
6 a 8 horas
Clara
E.V ou subcutânea
Ação intermediária (neutral protamine hagedom – NPH, lenta)


1 a 2¹/2 horas



6 a 12 horas


18 horas


Turva


Subcutânea
Ação longa (ultralenta)
4 a 8 horas
nenhum
24 a 36 horas
Turva
Subcutânea
Ação longa (Glardina)
1 hora
nenhum
24 horas
Clara
Subcutânea (não pode ser misturada com outras insulinas)


                                                                                          
Gentem...já, já...as outras tabelas saem do forno!! Hihihi!!! Abs!!!!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Coberturas

Olá pessoal, olha eu aqui travez...rsrs!!! Hoje vou falar um pouco sobre tratamento das úlceras por pressão (UPP). A função de cada cobertura, tempo de troca, indicações e contra-indicações...e lá vamos nós!!

O cuidado inicial da úlcera por pressão pode envolver desbridamento, limpeza da ferida, aplicação de curativo e, em alguns casos, cirurgia reparadora. Em todos os casos, as estratégias específicas de cuidados de feridas devem ser consistentes com os objetivos gerais ou metas do tratamento do cliente.

TIPOS DE COBERTURAS


  • Ácidos Graxos Essenciais (AGE):
Nome comercial: Dersani, Care Innovation, Saniskin, Ativoderm, AGE Derm
Composição: Óleo vegetal composto por ácido linoléico, ácido caprílico, vitamina A e leticina de soja.
Mecanismo de ação: Ação bactericida, promove a quimiotaxia para leucócitos, facilita a entrada para fatores de crescimento na célula, promove mitose e proliferação celular.
Indicação: Lesões de pele em geral, nos diversos estágios de cicatrização; hidratante e protetor da pele íntegra; prevenção de UPP.
Contra-indicação: Relatos de dor à aplicação, reações alérgicas, casos de hipergranulação
Vantagens: Facilidade na aplicação; pode ser usado em qualquer fase da cicatrização
Modo de usar: Lavar a ferida com soro fisiológico a 0,9%, secar a pele ao redor, aplicar o AGE sobre a lesão.
Frequência de troca: Diária

  • Alginato de cálcio:
Nome comercial: Crasorb, Algoderm, Acquacell (prata), Suprasorb A, Colvidien.
Composição: Curativo fibroso, derivado de algas marinhas, cujas fibras são impregnadas com íons de cálcio e sódio, tendo como princípios ativos os ácidos gulurônico e manurônico. Pode estar associado a prata, aumentando sua ação bactericida.
Mecanismos de ação: Os íons de cálcio e sódio do sangue e do exsudato interagem com os mesmos do curativo, formando um gel fibroso, hidrofílico e hemostático. promove grande absorção e mantém o meio úmido. auxilia no desbridamento autolítico (falado no post anterior).
Indicação: Feridas infectadas; Feridas com exsudação abundante com ou sem infecção; Feridas cavitárias, tunelizadas; feridas sanguinolentas.
Contra-indicação: Feridas com pouca exsudação, com necrose de coagulação e lesões por queimaduras.
Vantagens: Facilidade na aplicação; alto poder de absorção; Pode ser usado em feridas profundas com exposição óssea; Retirada atraumática; Pode ser cortado na medida necessária.
Modo de usar: Lavar a ferida com soro fisiológico a 0,9%; Secar a pele ao redor; Selecionar o tamanho que deverá ser utilizado; Ocluir com cobertura secundária.
Frequência de troca: O curativo secundário deve ser trocado sempre que saturado; Em feridas infectadas a troca será em média em 24h; Em feridas limpas troca em 48h.

  • Colagenase
Nome comercial: Iruxol, Kollagenasen.
Composição: Preparado enzimático proteolítico (derivado da fermentação do Clostridium Histolyticum)
Mecanismo de ação: Desbridamento enzimático (Necrólise)
Indicação: Desbridamento de tecido desvitalizado
Contra-indicação: Sensibilidade à enzima
Vantagens: Disponibilidade do produto; Fácil aplicação.
Frequência de troca: a cada 24h.

  • Hidrogel 
Nome comercial: Intrasite gel, Suprasorb G, Amorphus Gel, Duoderm gel, Hydrosorb, Nu-Gel, Purilon.
Composição: Água, carboximeticelulose e proprilenoglicol. apresenta-se em forma de gel trasparente ou placa. Existem hidrogéis associados a alginato.
Mecanismo de ação: Amolece e remove o tecido desvitalizado através de autólise, proporcionando um desbridamento atraumático, mantendo a umidade no leito da ferida; Para remoção de crostas; Quimiotáxico para leucócitos; favorece a angiogênese.
Indicação: Úlceras diabéticas; úlceras venosas e arteriais, queimaduras de 1° e 2° garus de pequena extensão; Feridas com necrose e moderado exsudato; Feridas em granulação; feridas lempas com pouca exsudação; Feridas tunelizadas ou cavitárias.
Contra-indicação: Feridas infectadas e com exsudação abundante; Feridas cirúrgicas fechadas; Pacientes com sensibilidade ao gel.
Vantagens: Sensação de alívio refrescante na ferida; Pode ser usado nas várias fases da cicatrização; Não danifica o tecido de granulação (seletiva).
Aplicação: Em placa- Remover o filtro de polietileno da cobertura e aplicar o lado exposto do curativo no tecido a ser removido; tratado. Precisa de cobertura secundária. Em gel amorfo - aplicar até o preenchimento das feridas tunelizadas ou cavitárias. precisa de cobertura secundária.
Frequência de troca: 24h - 72h dependendo da quantidade de exsudato.


  • Papaína
Nome comercial: Geralmente manipulado, encontra-se na apresentação em pó, gel e pomadas.
Composição: Enzimas proteolíticas e peroxidases do látex do mamoeiro
Mecanismos de ação: Desbridamento enzimático por provocar proteólise em moléculas simples; bacteriostático e bactericida; anti-inflamatório; Proporciona alinhamento da fibras de colágeno; Aumento da força tênsil da ferida e diminuição da formação de quelóides.
Indicação: Feridas abertas com moderada a grande exsudação; nas formulações a seguir: 0,5% em feridas em fase de granulação; 2-4% feridas exsudativas e/ou infectadas; 4-10% feridas com presença de tecido necrótico.
Contra-indicação: Dor à aplicação; Exposição a luz (frasco); Provoca dor nos primeiros 20 min de aplicação.
Vantagens: Desbridamento rápido e atraumático; Baixo custo; Pode ser associado a outras coberturas.
Frequência de troca: No máximo 24h.


  • Hidrocolóide
Nome comercial: Kendal Ultec Pro, Kendal Ultec, Duoderm, hydrocoll, Tegasorb, Replicare
Composição: Gelatina, pectina e carboximetilcelulose sódica na parte interna e na parte poliuretano na parte externa.
Mecanismo de ação: Promove umidade, através da interação da camada interna do curativo com a lesão, forma um gel que proporciona desbridamento por autólise; estimula a neoangiogênese; Promove manutenção do pH.
Indicaçãotratamento de feridas com leve a moderada exsudação, como abrasões e lacerações superficiais, rachaduras da pele, úlceras de perna (venosas, arteriais e mistas), úlceras diabéticas e por pressão (parcial e total), prevenção de úlceras por pressão, excisões dermatológicas, áreas doadoras, incisões cirúrgicas e feridas externas causadas por traumas.
Contra-indicaçõesO uso do curativo não é recomendado em queimaduras de terceiro grau, em pacientes com histórico de reações alérgicas aos componentes da formulação, feridas infectadas e quando houver ossos, tendões e músculos expostos. 
Vantagens: Proteção das terminações nervosas evitando dor; Fácil manuseio; Impermeabilidade; Isolamento térmico; 
Modo de usar: 
Irrigar a lesão com jatos de solução fisiológica a 0,9%; Remover o excesso de exsudato e tecidos desvitalizados, se necessário; Secar somente a região periféricaEscolher o tamanho e/ou apresentação que melhor se adapte, excedendo a ferida em pelo menos 3 cm;

Aplicação do curativo:
a) Colocar o curativo sobre a ferida, modelando e fixando-o;
b) Pressionar levemente o curativo com as mãos para garantir uma maior durabilidade (conceito de adesivo por pressão);
c) Descartar qualquer porção de curativo não utilizada.
 Remoção do curativo:
a) Para remover, levantar uma extremidade do curativo e, delicadamente, removê-lo pressionando a pele adjacente para evitar traumas ao tecido;
b) Limpar a ferida antes da aplicação o novo curativo
Troca: Quando o curativo saturar, tomando forma de uma bolha interna.

  • Gaze 100% com Polihexametileno  Biguanida a 2%
Nome comercial: Kerlix
Composição: Cobertura 100% algodão, impregnada com antimicrobiano e altamente absorvente. Promovem a manutenção do meio úmido, proporcionando permeabilidade seletiva.
Ação: Bactericida; bacteriostática
Indicação: Feridas com sinal de infecção; Feridas crônicas; Queimaduras de 2° e 3° graus.
Contra-indicação: pele íntegra; Alergia.
Frequência de troca: A cada 24h ou no máximo 72h, pois a partir deste período a Biguanida não exerce mais sua função.

  • Gaze de Acetato de Celulose impregnada com Petrolatum
Nome comercial: Adaptic
Composição: Curativo não aderente, poroso, composto de um tecido de malha de acetato de celulose, impregnado com petrolatum.
Mecanismo de ação: Evita a aderência do curativo,permite o fluxo do exsudato para a cobertura secundária.
Indicação: Para feridas com nível de exsudato variando de leve a alto, onde se queira evitar a aderência, incluindo: queimaduras de 1º e 2º graus, abrasões, enxertos, úlceras de perna, úlceras por pressão, extração de unhas, eczemas, incisões cirúrgicas, lacerações, procedimentos de reconstrução e linhas de sutura.
Frequência de troca: Pode permanecer por até 3 dias na ferida, trocando diariamente somente o curativo secundário.



  • Hexametildisiloxano
Nome comercial: Cavilon Spray
Composição: Solvente à base de silicone não irritante e de rápida evaporação.
Mecanismo de ação: Aplicada à pele, forma uma película protetora indolor, transparente e durável, resistente à água e permeável ao ar, permitindo a transpiração da pele.
Indicação: Proteção da pele ao redor de ostomias, fístulas e feridas drenantes; Ao redor de cânulas de entubação, traqueostomias e gastrostomias; feridas exsudativas.
Vantagens: Barreira que oferece total proteção contra irritações de pele decorrentes de incontinência urinária e fecal, e danos causados pelos adesivos em curativos repetitivos.
Frequência de troca: Em condições normais, há necessidade de reaplicar a cada 48-72h.
Bem pessoal, falei sobre os mais utilizados...e claro que existem uma variedade imensa de coberturas no mercado...em breve postarei os lançamentos/novidades em coberturas.

Até breve amigos!!!!

domingo, 19 de abril de 2015

Desbridamento

Queridos, é com grande felicidade e seriedade que inicio meu Blog, venho compartilhar minhas experiências e questionamentos com todos que estejam dispostos a se aprofundar e se inteirar pela nossa amada enfermagem. Bem, sem mais delongas, inicio...3,2,1!!!!
O desbridamento de feridas consiste na remoção do tecido não viável, detritos celulares, exsudado e todos os resíduos estranhos, de forma a minimizar a infecção da ferida e promover a sua cicatrização. Este procedimento é executado regularmente em meio hospitalar, ambulatório ou em home care, mas casos de gravidade moderada a elevada são enviados para o hospital, para uma maior vigilância e acompanhamento.
A presença de tecido necrótico, detritos celulares, exsudado e outros resíduos podem atrasar o processo de cicatrização da ferida, uma vez que promovem a proliferação bacteriana e causam inflamação crônica do tecido recém-formado. São utilizadas uma ou várias técnicas de desbridamento na limpeza da ferida e remoção de resíduos a fim de impulsionar a cicatrização.
O desbridamento da ferida é um procedimento de moderado a altamente invasivo, muitas vezes doloroso, sendo necessário recorrer a analgesia eficaz, embora nem todos os casos necessitem. O desbridamento da ferida deve ser executado por médicos e enfermeiros. O familiar de referência e/ ou prestador de cuidados pode estar presente durante a execução deste procedimento, a menos que a sua presença interfira com a prestação de cuidados adequados ou a pedido do paciente. 

O que é essencial conhecer do desbridamento, antes do procedimento? Avaliar o que o paciente/ prestador de cuidados/ familiar de referência sabe sobre o desbridamento. Fornecer informações sobre o desbridamento da ferida e abordar as questões/ problemas; O paciente pode sentir dor significativa durante e após o procedimento, bem como ansiedade antecipatória relacionada com experiencia prévia de desbridamento doloroso; Se o paciente comunica verbalmente, questioná-lo acerca da dor (5º Sinal Vital) vivida durante o procedimento.

A dor deve ser avaliada através da escala numérica referenciada. A analgesia ou anestesia deve ser aplicada para controlo da dor; Se o paciente referir ansiedade em relação ao procedimento, ensinar exercícios de respiração profunda abdominal e outras técnicas de redução do stress, conforme necessário; Se o paciente se apresentar não comunicativo, não devemos assumir à partida que este não vai sentir dor. Se existe forte potencial para dor, administrar analgésico prescrito de forma adequada antes do procedimento.


Monitorizar a linguagem corporal (comunicação não-verbal) e caso necessário os sinais vitais durante o procedimento para despiste de dor; Registar no processo do paciente todas as informações anteriormente referenciadas. Explicar o procedimento ao paciente/ prestador de cuidados/ familiar de referência; Obter o seu consentimento informado; Em termos de material necessário, este varia consoante o tipo de desbridamento que se irá executar, mas de uma forma geral utiliza-se: Luvas estéreis; Analgésico prescrito; Apósitos para o desbridamento; Instrumentos para o desbridamento cortante; Material pertinente ao curativo.


Realizar lavagem das mãos e calçar luvas, para assim reduzir o risco de infecção da ferida. No desbridamento cortante é utilizada a técnica asséptica cirúrgica, sendo nos restantes utilizada a técnica asséptica médica (técnica limpa).



TÉCNICAS DE DESBRIDAMENTO: Desbridamento Autolítico 
O desbridamento autolítico é um processo natural que pode ser promovido através do uso de produtos que têm por base o princípio da terapia em ambiente úmido, sendo que surge da conjunção de três fatores: hidratação do leito da ferida, fibrinólise e a ação de enzimas endógenas sobre os tecidos desvitalizados. Este tipo de desbridamento é seletivo, atraumático, não requer habilidades técnicas muito específicas e geralmente é bem tolerado pelos pacientes.

Contudo é o método de desbridamento mais lento, não devendo assim ser utilizado quando se necessita de um desbridamento urgente. Todo o tipo de material específico que promova o ambiente úmido é um excelente veículo de promoção de desbridamento autolítico, salientando-se os hidrogéis, hidrocolóides, espumas, filmes transparentes ou alginatos de cálcio. Estes criam um ambiente úmido na interface da ferida, que estimula a atividade das enzimas proteolíticas endógenas dentro da ferida, liquefazendo e separando o tecido necrótico do tecido saudável.

Desbridamento Enzimático 
Este método de desbridamento passa fundamentalmente pela aplicação tópica de enzimas proteolíticas ou exógenas no leito da ferida, como a Colagenase, Fibrinolisina ou Papaína-Ureia. Os agentes Enzimáticos podem ser usados como método principal de desbridamento, especialmente quando não é possível o desbridamento cortante, bem como em combinação com outros métodos de desbridamento (desbridamento cortante conservador e desbridamento autolítico). 
Desbridamento Cortante 
O desbridamento cortante, surge como uma opção eficaz, rápida com boa relação custo-eficácia. É considerada como prática de referência para o desbridamento de feridas ("gold standard"), pela maioria dos peritos na área, no entanto há falta de evidência (nomeadamente dados de estudos experimentais) que comprovem a sua vantagem sobre os outros métodos. Quem efetua o desbridamento cortante deve possuir competências para lidar com eventuais complicações, e conhecimento da anatomia da região, principalmente no que respeita à proximidade de estruturas vasculares, nervosas ou tendinosas.
Técnicas para desbridamento cortante conservador Cover: Utiliza-se uma lâmina de bisturi para descolamento dos bordos do tecido necrótico. Após o descolamento completo dos bordos e melhor visão do comprometimento tecidular, inicia-se a retirada da área comprometida separando-a do tecido integro, até que toda a necrose saia em forma de uma tampa.  Slice: Com uma lâmina de bisturi remove-se em "fatias" a necrose que se apresenta na ferida de forma desordenada.






O Desbridamento Cortante Conservador Parcial: Consiste em cortes paralelos e perpendiculares com o bisturi (técnica "square"). Têm por objetivo potenciar a ação do desbridamento enzimático e autolítico. Com uma lâmina de bisturi faz-se pequenos quadrados no tecido necrótico. Usada para facilitar a penetração de substâncias desbridantes. 





Espero que tenham gostado do post!!!!!!! Um grande abraço a todos!!!! Não esqueçam de curtir e compartilhar!