segunda-feira, 27 de abril de 2015

Padrões de Terapia Medicamentosa

Olá pessoal, este post não viria agora mas, como recebi muitos pedidos decidi me dedicar a ele, assim como a farmacocinética e farmacodinâmica como base para ação da terapia medicamentosa. Let's go!

Bem, os padrões de terapia medicamentosa são as ações que garantem a prática segura dos cuidados de enfermagem, evitando erros na administração de medicamentos.

Os erros nesta administração podem estar relacionados com uma falha na adesão das seis certezas da administração medicamentosa.


EVIDÊNCIAS DE IATROGENIAS:

  • Drogas trocadas
  • Superdosagem
  • Horários e vias erradas
  • Cálculos errôneos
  • Drogas incompatíveis
  • Dentre outros
COMPLICAÇÕES
  • Hipotensão
  • Sobrecarga cardíaca
  • Parada cardiorrespiratória
  • Intoxicações 
  • Morte
Segue abaixo os 6 certos do processo:
  1. Administrar o Medicamento certo
  2. Administrar o medicamento ao Paciente certo
  3. Administrar a Dose certa
  4. Administrar na Via certa
  5. Administrar o medicamento com a Técnica certa
Alertas!!!
  • Verificar se o paciente é alérgico ao medicamento prescrito;
  • Se ele tomou alguma dose de medicamento além da prescrita;
  • Evitar interações medicamentosas;
  • Informar e esclarecer cliente e responsável sobre o procedimento;
  • Registrar corretamente todos os medicamentos administrados.

Farmacocinética

Para que um fármaco tenha ação terapêutica, ele deve entrar no organismo, ser absorvido e distribuído para células, tecidos ou órgão específico, devendo alterar as funções fisiológicas. Isso se chama farmacocinética, acho que ficou bem claro, né?! rsrs

O enfermeiro utiliza a farmacocinética quando controla o tempo da administração do medicamento, seleciona a via de administração e julga o risco do paciente para alterações da ação da terapia medicamentosa.

Suas etapas são:
  • Absorção
  • Distribuição;
  • Biotransformação;
  • Excreção
A absorção refere-se a passagem das moléculas do medicamento do seu local de administração para a corrente sanguínea. Os fatores que interferem na absorção do medicamento são:

  • Vias de administração: Os medicamentos podem ser administrados por diversas vias, sendo que cada um possui diferente velocidade de absorção. Quando aplicado na pele, o medicamento é absorvido lentamente pela estrutura física da pele, já nas membranas das mucosas e nas vias aéreas são rapidamente absorvidos pois, são bem vascularizados. Por via oral, os medicamentos passam pelo trato gastrintestinal para serem absorvidos, então a taxa global é diminuída. Agora, os medicamentos administrados por via endovenosa são absorvidos instantaneamente, porque essa via fornece acesso direto à circulação sanguínea sistêmica. 
  • Capacidade do fármaco se dissolver: Neste caso dependerá da sua forma farmacêutica. As soluções e as suspensões são absorvidas mais rapidamente do que os comprimidos ou cápsulas.
  • Fluxo sanguíneo no local da administração: Áreas com maior suprimento sanguíneo terão maior absorção, facilitando a passagem do fármaco para o sangue.
  • Área de superfície corporal: Quando um fármaco esta em contato com uma grande área de superfície corporal, ele é absorvido mais rápido. Isso explica porque a maioria dos medicamentos é absorvida no intestino delgado, em vez de no estômago;
  • Lipossolubilidade de um fármaco: Os fármacos lipossolúveis são facilmente absorvidos. Eles cruzam mais facilmente a membrana celular, que é feita de uma camada lipídica
Efeito de primeira passagem

É a metabolização do fármaco pelo fígado e pela microbiota intestinal, antes que o fármaco chegue à circulação sistêmica. As vias de administração que estão sujeitas a esse efeito são: via oral e ratal (em proporções bem reduzidas).

Outro fator que pode alterar na absorção do medicamento é a presença ou não de alimentos no estômago. Atentar para interação com alimentos e interação medicamentosa.

A distribuição ocorre depois da absorção do fármaco, que é distribuído dentro do organismo para os tecidos e órgãos e, finalmente, para o local específico de ação. Ela engloba a:
  • Circulação: Uma vez que o fármaco entra na corrente sanguínea, ele é transportado através dos tecidos e órgãos o tempo necessário para que o medicamento atinja o local de ação depende da vascularidade dos tecidos e órgãos;
  • Permeabilidade da membrana: Para que um fármaco seja distribuído, ele deve passar por tecidos e pelas membranas biológicas. Algumas membranas podem servir como barreira para passagem de medicamentos. Por exemplo a barreira hematoencefálica e a membrana placentária.
  • Ligação de proteínas: O grau de ligação do fármaco às proteínas séricas, como a albumina, afeta a distribuição do medicamento. Quando os fármacos se ligam às albuminas não podem exercer sua atividade farmacológica. A forma não ligada é a forma ativa do fármaco. 
Depois que o fármaco atinge o seu local de ação, ele é metabolizado em uma forma menos ativa ou inativa, que é mais fácil de ser excretada. A biotransformação ocorre sob influência de enzimas que degradam e removem os agentes químicos biologicamente ativos. A maior parte da biotransformação ocorre no fígado, apesar dos pulmões, rins, sangue e intestino também metabolizarem fármacos.
Nesta fase a droga é transformada em um composto mais hidrossolúvel para a posterior excreção. Ela se dá em duas fases:
  • Fase 1: etapas de oxidação, redução e hidrólise e
  • Fase 2: conjugação com o ácido glicurônico
A fase 1 não é um processo obrigatório, variando de droga para droga e diferente da fase 2, obrigatória a todas as drogas. O fígado é o órgão que prepara a droga para a excreção.

Depois de metabolizados, os fármacos são excretados do organismo pelos rins, fígado, intestino, pulmões e glândulas exócrinas. a composição química de um medicamento determina o seu órgão excretor.

Queridos, o próximo post será sobre farmacodinâmica...já, já ficará prontinho procês...hihihi!!! Até o próximo post...Abs...

sábado, 25 de abril de 2015

RCP e DEA da American Heart Association (teste de BLS do ACLS)

Ressuscitação Cardio Pulmonar e uso do Desfibrilador Externo Automático



Sondagem Nasogástrica (Video Aula 2)



Pessoal, este vídeo mostra apenas a introdução da sonda nasogástrica e um dos tipos de fixação. Vale lembrar que muitas das vezes os pacientes não são cooperativos.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Prevenção de Infecção do Trato Urinário


Olá amigos! Neste tema abordaremos as funções deste sistema, a descrição do problema mais frequente em todo mundo, suas classificações, agentes infecciosos...entre outros. 

Funções do Sistema Urinário:

  • Rins: Forma a urina e mantém a homeostasia;
  • Ureteres: Ductos que permitem a passagem da urina dos rins pra bexiga;
  • Bexiga: Tem a função de armazenar a urina. A capacidade da bexiga varia de 500 a 600 ml no adulto normal.
  • Uretra: Ducto que conduz a urina a partir da bexiga para fora do organismo.
No Brasil, um total de 80% das consultas clínicas são devido a infecção do trato urinário. E são responsáveis por 35% a 45% de todas as infecções adquiridas no hospital.
A ITU está dentro das infecções bacterianas mais frequentes e estima-se que existam 150 milhões de casos anuais em todo mundo.

Infecção do Trato Urinário

A infecção urinária é a invasão por microrganismos que desencadeiam resposta inflamatória. Surgem em grande maioria por penetração do agente infeccioso através da uretra, invadindo os ureteres, bexiga ou rins. É uma das infecções bacterianas mais incidentes no adulto. Estas infecções são caracterizadas em diferentes fases, desde uma uretrite até uma pielonefrite.

As infecções urinárias dividem-se em alta e baixa de acordo com sua localização, podem ser agudas ou crônicas e complicadas ou não complicadas.

  • Alta: Quando ocorre nos rins e ureteres.
  • Baixa: Quando ocorre na bexiga e uretra.
  • Aguda: Apresenta sinais e sintomas logo após a exposição da causa da doença e evolução rápida com melhora ou piora breve.
  • Crônica: Apresenta sinais e sintomas em períodos diferentes e prolongados, com evolução gradual e recuperação parcial.
  • Não complicadas: Quando ocorre em pacientes com  estrutura e função do trato urinário normal, adquirida fora do hospital.
  • Complicadas: Quando há causa obstrutiva (hipertrofia benigna da próstata, tumores, urolitíase, corpos estranhos, etc); Anatomofuncionais (refluxo vesico-uretral, cistos renais, divertículos vesicais, etc); Metabólicas ( insuficiência renal, Diabetes Melittus, transplante renal); uso de cateter vesical de demora ou qualquer tipo de instrumentação, etc.
Cistite é a infecção da bexiga (trato urinário baixo) com os seguintes sintomas: 
  • Disúria = dificuldade de urinar
  • Polaciúria = vários episódios de diurese em pequena quantidade
  • Dor supra-púbica ( eventualmente )
  • Urgência miccional
  • Ardor ao urinar
Podendo haver: 

  • Hematúria = presença de sangue na urina
  • Piúria/Leucociúria = Presença de pus na urina
  • A cistite é uma infecção urinária geralmente não complicada.
Listei estes sintomas para que vocês fiquem atentos, em principal os técnicos que trabalham em home care!!! ATENÇÃO!!! OBSERVE SEU PACIENTE E RELATE TUDO (ODOR, PRESENÇA DE GRUMOS NO CIRCUITO DA CVD, FEBRE...!!!)

Pielonefrite é a infecção do parênquima renal e do sistema pielocalicial (trato urinário alto) com os seguintes sintomas:

  • Importante bacteriúria (presença de bactérias na urina)
  • Febre + dor lombar + calafrios
  • A pielonefrite é uma infecção urinária geralmente complicada. 
Agentes infecciosos:

As ITUs ocorrem quando há colonização por agentes infecciosos, com invasão tecidual do sistema urinário. a grande maioria das colonizações são causadas por bactérias, mas também podem ser provocadas por vírus, fungos e outros microrganismos.

BACTÉRIA


VÍRUS


FUNGOS


ESCHERICHIA COLI


Fatores de Risco
  • Sexo feminino
  • expansão do útero na gravidez
  • Diabetes Melittus
  • Anormalidades estruturais e funcionais do trato urinário (como estenose)
  • Obstrução do fluxo urinário
  • Esvaziamento incompleto da bexiga
  • Hipertrofia prostática
  • Aumento da atividade sexual
  • Higienização inadequada
  • Manipulação invasiva do trato urinário (como cateterismo e cistoscopia)
  • Idade
Diagnóstico laboratorial:

  • Exame de urina
Urinocultura acima de 105 unidades formadoras de colônias por mL de urina (100.000 ufc/mL) é caracterizada infecção urinária, abaixo disso é caracterizada como colonização.

A hemocultura é indicada se houver suspeita de infecção sistêmica (sepse).

Tratamento
  • Antibióticos para erradicar o microrganismo, tais como, cefuroxima e nitrofurantoína;
  • Líquidos para aumentar a diluição da diurese;
  • Higiene apropriada;
  • Esvaziar a bexiga com frequência.
Prevenção de Infecção Associada ao CVD

  • Educação dos profissionais sobre as técnicas adequadas de inserção e cuidados com o cateter;
  • Cateterizar somente quando indispensável;
  • Enfatizar a lavagem das mãos;
  • Fixar adequadamente o cateter;
  • Manter o sistema fechado e estéril (bolsa identificada, limite de 2/3 da capacidade, suspensa e sem tocar no chão);
  • Manter o fluxo urinário desobstruído;
  • Usar cateter com o menor lúmen possível;
  • Evitar irrigação, exceto se necessário;
  • Seleção do tipo de CVD.  




Sondas Foley







Um abraço a todos!!! <3 <3




Vídeo de técnica de desbridamento Intra Necrótica


quarta-feira, 22 de abril de 2015

Insulinoterapia

Oi gente!!! Vou falar um pouquinho sobre o Diabete Melittus...apenas uma introdução...mas, a postagem se direciona a tabela que fiz sobre tipos de insulina, inicio de ação, pico, duração, cor, e via de administração. Decidi montar esta tabelinha porque durante meu trabalho em assistência, durante as intercorrências, meus técnicos sempre ficavam na dúvida e os familiares também. Aí você pode me perguntar: - Mas, que tipo de dúvida? As descrevo agora : - Enfermeira, administrei a insulina prescrita ( seja de uso regular ou SOS) e a taxa glicêmica (glicose...como dizemos habitualmente) continua alta, eu administro novamente?...enfim, alguns podem achar inadmissível e até tratar o técnico com desdem, entre outros. 

Quero dizer primeiramente que, você enfermeiro, técnico ou auxiliar é passível de erros e dúvidas, e ter um conhecimento a mais que o outro profissional não te faz melhor que ele.  A enfermagem deve aprender a trabalhar em equipe, meus técnicos são meus amigos, sem eles nada funciona. E é claro que muitas vezes nós mesmos, enfermeiros, podemos esquecer...então a tabelinha vai servir para isso, consulta. Podem imprimir e levar no bolso do jaleco, na caderneta de anotação, onde acharem melhor. Esta será a primeira das tabelas, planejo montar outras, sobre hemograma, referência do exame de urina, bioquímico...e por aí vai.

O Diabete Melittus (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou incapacidade da insulina exercer adequadamente seus efeitos. Ele se caracteriza por hiperglicemia crônica com distúrbios do metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. As consequências do DM, em longo prazo, incluem danos, disfunção e falência de vários órgãos, e especialmente rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos.

O manejo adequado do controle glicêmico, na maioria das pessoas com DM, requer intervenções farmacológicas com agentes antidiabéticos orais, injeções de insulina ou ambos. Para a aplicação de insulina, são imprescindíveis métodos como escolha de instrumental  adequado, domínio da técnica e rodízio dos sítios de aplicação na pele, entre outros. O sucesso terapêutico depende não só do tipo e da dose de insulina usada, mas também da administração.

A insulina é um hormônio utilizado para realizar o tratamento do DM e, por ser uma proteína e para não ser degradada no trato gastrintestinal, é administrada por injeções. A insulina é classificada pela sua velocidade de ação, incluindo ação rápida, ação curta, ação intermediária e de longa ação.

Material Necessário: Seringa e Agulha, algodão, álcool 70% e medicamento (insulina conforme a prescrição médica)

Procedimento:

- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Retirar o frasco de insulina da geladeira 10 a 20 minutos antes da aplicação;
- Rolar o frasco entre as mãos sem agitar com no mínimo 20 movimentos (os francos não devem ser sacudidos, já que o sacudir forma bolhas, que ocupam espaço e alteram a dose);
- Realizar a assepsia do frasco com algodão embebido em álcool 70%;
- Aspirar a quantidade de ar na seringa;
- Injetar o ar dentro do frasco para melhor retirada da insulina (na mesma quantidade a ser administrada); 
- Virar o frasco e a seringa para baixo, aspirando a quantidade de unidades conforme a prescrição médica; 
- Retirar o ar que esteja presente na seringa; 
- Selecionar a área de aplicação, tendo os cuidados mencionados anteriormente no rodízio de áreas para aplicação;
- Fazer assepsia da área com algodão;
- Fazer prega na pele e introduzir a seringa em ângulo de 90º e após soltar a prega;
- Administrar a quantidade de insulina que consta na seringa; 
- Retirar a seringa e após fazer uma leve compressão com algodão e álcool 70%;
- Organizar o material utilizado;
- Lavar as mãos e registrar no prontuário.


Deve-se datar os frascos de insulina ao abrí-los, a partir da data de abertura do frasco, que possui validade de 30 dias. Os frascos devem ser guardados em geladeira, em cima da caixa de verduras, preferencialmente, não sendo armazenados próximo ao congelador ou na porta da geladeira.


TIPO
INICIO
PICO
DURAÇÃO
COR
VIA DE ADMINISTRAÇÃO
Ação Rápida (lispro, Aspart)

15 min

1 hora

2 a 4 horas

Clara

Subcutânea
Ação curta (regular)
30 min
2 a 4 horas
6 a 8 horas
Clara
E.V ou subcutânea
Ação intermediária (neutral protamine hagedom – NPH, lenta)


1 a 2¹/2 horas



6 a 12 horas


18 horas


Turva


Subcutânea
Ação longa (ultralenta)
4 a 8 horas
nenhum
24 a 36 horas
Turva
Subcutânea
Ação longa (Glardina)
1 hora
nenhum
24 horas
Clara
Subcutânea (não pode ser misturada com outras insulinas)


                                                                                          
Gentem...já, já...as outras tabelas saem do forno!! Hihihi!!! Abs!!!!